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Percurso (1)

 

 

 

 

 

 

Só vais chegar onde desejas, se escolheres um percurso que te leve lá.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Como funciona? 

No início, este percurso pode parecer um pouco estranho e anti-natural. Nós estamos muito influenciados pelo nosso ambiente cultural, que nos estimula a esclarecer as coisas, a colocar as cartas na mesa. Mas, como vimos no artigo anterior, este tipo de estratégia vai agravar o problema e criar maior divisão entre o casal.

 

O nosso percurso é precisamente o oposto. É focar nos aspectos positivos e começar a ter atitudes mais corretas… mesmo que não apeteça. Não é fingir, nem enterrar a cabeça na areia mas perceber que, para mudar a relação e as emoções, é preciso começar a construir, pouco a pouco. São pequenos passos, mesmo coisas banais. Pequenas mudanças na forma de comunicação, reduzindo a agressividade e, em vez disso, usando palavras cordiais.

 

Competências de comunicação  

Esta abordagem ajuda a perceber que ainda ambos estão “pouco habilidosos” na sua forma de falar, e aceitar isso, percebendo que é uma fase e que, pouco a pouco, a comunicação se vai tornando mais fácil. As atitudes mais positivas que cada um vai tendo, provocam menos aversão da parte do outro, fazendo com que seja mais fácil também para este “recolher as garras” e agir com mais suavidade. Aí, ambos começam a verificar que até conseguem e que é bem mais fácil comunicar assim do que com toda a raiva exposta. A relação torna-se mais leve e há menos danos colaterais (que muitas vezes afectam os filhos, que não deviam estar a receber as consequências dos conflitos dos pais).

 

Utopia? 

Podes pensar que isto é uma utopia e que, no teu caso, simplesmente começares a ter uma comunicação mais positiva não irá mudar a situação. É verdade. Um casamento que já não funciona, ou que entrou num processo de grande crise porque aconteceu algo grave, não se “cura” apenas dizendo algumas palavras delicadas de vez em quando. No entanto, o que eu estou a falar não é de usar umas palavras delicadas mas de uma mudança no estilo de comunicação. São competências desenvolvidas para a tua situação específica, treinadas e implementadas passo a passo, percebendo o que está a trazer mudança e planeando os passos a seguir.

 

Consolidação  

Toda esta abordagem pode parecer demasiado simplista, mas é um percurso planeado e o aspecto leve e “banal” faz parte desse planeamento. Essa leveza ajuda a reduzir o desgaste emocional e mental que já ambos têm. Há um foco na mudança e nos alvos a alcançar, mas também em reduzir os custos e aumentar a eficácia. Os “extras” tóxicos e destrutivos, como preocupação, ansiedade, ira, memórias desestabilizadoras, etc, vão sendo geridos e reduzidos, de forma a diminuir o desgaste desnecessário de energia.

E para conseguir toda esta mudança, com um investimento mínimo, em pouco tempo e sem riscos de que a situação piore, precisamos de fazer um percurso bem planeado e focado. Para isso, há alguns temas que são fundamentais. Um desses temas, é o da consolidação, o de “agarrar” as mudanças já alcançadas.

O que é que isso significa? Talvez já tenhas usado uma estratégia positiva, por exemplo palavras mais agradáveis, e nesse momento as coisas até ficaram mais suaves. Mas depois voltou tudo ao mesmo – as gritarias, o atirar à cara, cobrar, manipular, etc. A conclusão lógica, seria de que não valeu a pena. E é verdade, se for feito assim. É um “investimento” (ou um engolir de sapos) para nada.

Mas quando esta estratégia é usada em counselling, tem objectivos muito específicos e definidos, que representam um pequeno passo na resolução do problema. Então, quando corre bem, não podes ficar simplesmente a pensar que já  te livraste daquela situação, ou que o problema ficou resolvido. Precisas de tomar consciência do que conseguiste e de como o conseguiste; qual foi a estratégia que usaste e que vos capacitou a terem uma pequena conversa ligeira, sem gritarias nem agressão, por exemplo. Então, precisas de consolidar, de agarrar esse terreno que já conquistaste. Precisas de perceber que já consegues esse pequeno alvo, de planear para não o perderes e de continuares a avançar para o próximo.

Ou seja, não são tentativas ao acaso, mas um percurso definido, dando passos que resultam.

 

Superficial?  

Esta abordagem pode estar a parecer-te demasiado superficial. Afinal, conseguirem usar uma comunicação mais positiva, não é suficiente para resolver o vosso problema.

Concordo, claro! Mas o superficial é apenas um dos aspectos que vai ajudar a reduzir tanto a dor como a falta de delicadeza. Aí, estamos a preparar o terreno (leve e arejado) que nos permitirá desenvolver aspectos mais profundos da relação. Antes de investir na profundidade, precisamos que ambos estejam suficientemente habilidosos e dispostos a fazer esse percurso sem voltar a entrar no modo de “golpes baixos”. Quando vamos trabalhar áreas mais delicadas como perdão, quebra de confiança ou outras, não nos podemos permitir ainda ter o saco cheio das munições que usavam antes. No fundo, é perceberem que, para uma relação boa e profunda, não precisam de munições.

 

Percurso 

Os primeiros passos deste percurso, como já estás a perceber, têm a ver com encontrar o alívio, reduzir a agressão, desenvolver a capacidade de estar com o outro e de comunicar sem se agredirem ou sem sentir que é insuportável. Isto só se consegue iniciar num ambiente ligeiro e positivo, em que seja possível cada um não se sentir ameaçado. Não é possível construir este tipo de proximidade, através de “conversas sérias” em que cada um investe em deixar sair toda a mágoa que tem dentro de si.

 

Counselling é muito mais do que uma terapia. É um estilo de vida, uma mudança radical de visão e de forma de agir. É a liberdade de escolheres como queres agir e o que queres fazer, em vez de seres controlado e dirigido pelas tuas emoções e impulsos.