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Como podes “chegar a tempo” sem correr? Um primeiro passo, pode ser a tomada de consciência de que correria  não é sinónimo de eficácia e nem de “chegar a horas”.

Tomemos como exemplo o trânsito. Em vez de estares no modo de que estás com pressa, podes relaxar, ir à velocidade que for possível, sem ficares a tentar ir mais depressa (quando isso é impossível) ou a colar ao carro da frente para o forçares a acelerar. Conduzindo deste modo, sem “colar” ao carro da frente, chegarás ao teu destino  à mesma hora que chegas se fores no modo frenético, só que com menos desgaste, menos stress para ti e para os outros e menos risco de bater.

Já agora, um pequeno à parte – pessoas que estejam a passar por picos de ansiedade ou ataques de pânico, quando o carro de trás tenta colar a elas, aumenta muito a probabilidade de desencadear uma crise. Respeitar a distância de segurança, é também uma questão de ética e respeito pelos outros.

O trânsito é apenas um dos temas em que podemos ver a tremenda aceleração em que vivemos. Para começares a inverter esse processo, procura identificar os teus temas de aceleração, as tuas áreas de desgaste, e começa a desenvolver estratégias para mudares isso.

 

Relaxar o corpo físico 

O nosso problema (e o nosso campo de batalha) está na mente. No entanto, muito trabalho de “recarregar baterias” pode ser iniciado no corpo físico. Isso porque o nosso corpo é afectado e acelerado pelo que estamos a sentir e a pensar.

Quando estiveres parado por uns momentos, por exemplo nos transportes, procura tomar consciência do teu corpo físico, sentir os músculos a ficar quietos e a relaxar; a largar a tensão; sentir os ombros a afastar-se das orelhas. Procura respirar de forma mais lenta, mas confortável, “convidando” o interior do teu corpo (pulmões, coração, etc) a abrandar o ritmo. Pode não ser fácil no início, mas dá um tempo a ti próprio, persevera, continua a treinar essa capacidade e, ao longo dos dias, vai estando atento a pequenas diferenças, percebendo se está a ficar mais fácil e mais natural.

 

Ferramentas de Mindfulness

Um dos benefícios do Mindfulness, é ajudar-nos a focar no presente, no aqui e agora. Ajudar-nos a sair da constante actividade mental tóxica e destrutiva: memórias e dores do passado, preocupações com o futuro ou intermináveis “filmes” que fazemos na nossa mente.

Para conseguires “segurar” a tua mente e focar no presente, concentra a tua atenção no teu corpo físico e nas informações que ele recebe. Foca nos sentidos, um de cada vez. Identifica o que vês à tua volta, o que ouves, os cheiros, os sabores, o tacto; o vento no rosto, o toque do chão debaixo dos teus pés, a textura do local onde estás sentado,…

Procura focar em muito pouco, um sentido, uma informação de cada vez. O tema é mesmo menos. Conseguires que a tua mente deixe de ser bombardeada com todo o tipo de coisas; começares a “fechar separadores”.

Através deste treino, vais permitir que a tua mente aquiete. Não é esvaziar a mente. O tipo de Mindfulness usado no LisboaCounselling tem algumas diferenças do praticado em ambientes mais zen. Eu não pratico o “esvaziar” da mente. Algo que está vazio, tem a tendência natural de voltar a encher. E se tens a mente vazia e estás relaxado, desatento, pode lá entrar algo que não queres. Para além disso, nós podemos alcançar níveis profundos de relaxamento e conseguir mudanças radicais dentro de nós, sem precisarmos de ter a mente vazia.

 

Redireccionar a mente

Então, o alvo não é ter a mente vazia, mas colocá-la em algo tão simples e tão leve que não a canse nem a desgaste. Para isso, podes colocar a tua mente apenas no nível dos sentidos. É o aquietar da mente, identificar as coisas à tua volta, o que percepcionas com os sentidos, mas sem actividade mental em volta disso. É conseguires, durante esses momentos, não pensar, ficando apenas em estado contemplativo. Isso vai aumentar a tua consciência do que te rodeia, a tua capacidade de visão.

Quando a nossa mente está habituada a pensar a tempo inteiro, não é fácil sair desse modo. Podes parar durante uns momentos e focar nos sons que estás a ouvir e logo a seguir os pensamentos estão de volta à tua mente. Não lutes contra eles. Não tentes mandá-los embora (isso só os torna mais fortes e mais “agarrados”). Simplesmente ignora-os e volta a colocar o teu foco, a tua mente em algo que está à tua volta, num dos teus sentidos.

Este parar da actividade mental, é como desligar um motor que está sobreaquecido. Permite descansar um pouco, recarregar baterias.

 

Solitude

Solitude não é solidão. Não é estares só nem sentires-te só. Não é uma situação em que “estás”. Pelo contrário, é uma escolha tua. É um tempo de reencontro e de aquietamento. É o aproveitares momentos a sós contigo próprio, com o Universo, com a Criação, com o Criador. É um tempo, por um lado, para reduzires e desligares os excessos, o frenesim, o cansaço; mas por outro lado, um tempo para ampliares a consciência do que te rodeia, para conseguires ver outras coisas e aumentar a tua capacidade de usufruir.

Solitude é um espaço e um tempo em que podes ampliar os teus limites e passar muito para além dos teus impossíveis.

 

Com usar tudo isto, no dia a dia?

As tuas pausas não vão simplesmente acontecer. Elas têm que ser intencionais e planeadas.

Pausas diárias – é bom fazer algumas pausas maiores, de preferência todos os dias. Pode ser meia hora ou uma hora, por exemplo. Podes aproveitar o caminho para o trabalho, estacionar o carro mais longe ou sair do transporte uma paragem antes e aproveitar a caminhar esse pouco. Mas não é apenas “ir a pé”. Aí estarás a trabalhar os músculos, o que já é bom. Mas podes aproveitar esse percurso para fazer muito mais – para descansares a mente. Então, usa este tempo para colocares em prática as ferramentas de Mindfulness de que falei acima.

Pausas minúsculas – outro formato que podes usar, é aquilo a que eu chamo pausas minúsculas. Mais uma vez, elas têm que ser intencionais. Podes parar de trabalhar apenas por dois ou três minutos e desligares a tua mente durante esses momentos. Vai à janela e deixa que os teus olhos se alonguem lá para fora, bebe um pouco de água ou um chá, come uma peça de fruta; faz alguns movimentos físicos, espreguiça-te, faz uns alongamentos, um pouco de mobilização de coluna – mesmo em contexto de trabalho é possível mobilizar um pouco o pescoço, os ombros, onde se acumula mais tensão. É uma questão também de habilidade, o conseguir planear estes momentos de forma discreta (não é impossível).

Tempos de espera – esperar é algo que quase toda a gente detesta. Mas faz parte da vida de todos nós. É um tempo não só inútil mas stressante. Então, porque não torná-lo num tempo útil? Para isso, precisas de mudar o teu mindset; sair do modo de “espera” para o modo de “pausa”. Se estás numa fila para alguma coisa ou no semáforo, desliga da sensação de estar à espera – a tua vez vai chegar exactamente no mesmo tempo, quer estejas relaxado quer estejas num frenesim. Coloca a tua mente em alguma outra coisa, o que estás a ver, a ouvir, em sensações físicas. Não é ficares “no outro mundo”, desligares completamente. É algo tão simples como desligares todas as tuas áreas que não estão a ser necessárias no momento. Por exemplo, deixas intencionalmente que os teus músculos relaxem, que a tua respiração fique mais calma, mas manténs o teu olhar no semáforo ou no écran onde irá aparecer o teu número de vez. Sentes o conforto do teu corpo, o desacelerar, mas estás suficientemente atento para avançares assim que chegar a tua vez.

 

Tudo isto não é fácil. Na sociedade em que vivemos, é mesmo anti-natural. É um caminhar contra a corrente. Mas é a maneira de te manteres em boa forma interior, de seres mais feliz e de evitares entrar em ruptura, mais cedo ou mais tarde.

E não é molenguice! Bem pelo contrário, é planeamento, intenção e aumento de eficácia.

 

Usa a criatividade e começa a mudar hoje mesmo!