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“O João faz a diferença na minha vida.” Passados poucos meses, esta afirmação continuava a ser verdade, mas com um significado terrivelmente oposto.

Quando a Rita entrou na empresa, o João foi o colega mais presente. Ajudou-a a ambientar-se, a resolver problemas, a conhecer as pessoas, … ela sentia que ele era o seu “ajudador”. Ele começou a mandar-lhe mensagens  e a telefonar-lhe, mostrando-se sempre muito cordial e disponível.

Com o passar dos dias, as mensagens e chamadas foram aumentando. Ele ligava-lhe a perguntar onde ela estava, o que estava a fazer. Ele começou a aparecer à frente dela nos sítios mais imprevisíveis, fazendo com que ela pensasse como é que ele teria descoberto que ela ia estar ali. Sentiu-se um pouco aliviada por ter percebido que havia algo de errado antes de lhe ter dito onde vivia. Mas pouco depois, ao voltar para casa depois de um jantar, encontrou-o à porta dela, à sua espera. Ele começou a “cobrar”, a querer que ela lhe dissesse sempre onde estava e com quem estava. A presença dele tornou-se uma constante, em qualquer lado onde ela fosse, ele sempre aparecia.

Quando a Rita procurou o LisboaCounselling estava a viver uma situação de verdadeiro terror.

 

 

O António manda frequentes sms à Sónia, mesmo a meio da noite. Faz comentários acerca de algo que ela acabou de fazer ou do local onde ela está. Ela tenta fazer as coisas sem que ele saiba, mas ele sempre parece descobrir. Tem-se apercebido que o seu maior desejo, a cada momento, é “que ele não me encontre, que não saiba onde estou”.

Já não sabe se ele está a conseguir vigiá-la a tempo inteiro ou se é ela que está a enlouquecer.

 

 

O Samuel separou-se recentemente e está a passar um momento difícil. A Cristina começou a disponibilizar-me para o apoiar. No princípio sabia bem conversar um pouco ao fim do dia de trabalho, antes de enfrentar a solidão da sua nova casa. Mas esse apoio começou a tornar-se quase uma obrigação. Ela começou a ir perguntando onde ele esteve, com quem esteve. A presença, sms ou e-mails dela tornaram-se uma constante. Quando ele tentou criar um pouco de distanciamento, foi acusado de ingrato, insensível e de querer usá-la só quando precisa. E a pressão da presença dela aumentou.

 

 

A Susana telefona à Marta todos os dias. São amigas de longa data. A Susana sempre parece estar com alguma dificuldade, algum problema para partilhar ou algum momento depressivo. Quer partilhar tudo com a Marta e que esta faça o mesmo com ela. A Marta sente-se sufocada. É constantemente pressionada por sentimentos de culpa, agravados pelas acusações de que “não és minha amiga; se fosses, ias estar disponível para me apoiares”. É difícil a Marta sair com outras pessoas sem incluir a Susana e, quando o faz, isso é-lhe atirado à cara durante meses.

 

 

Quando a Patrícia se separou do namorado, o Carlos, um antigo amigo, começou a mandar-lhe mensagens. No início era simpático e não parecia haver nada de estranho. Era muito atencioso e tinha muita facilidade em a compreender, em perceber o que ela estava a sentir. Mas as mensagens começaram a aumentar e a surgir a qualquer hora. Quando ela não respondia, ele ou ficava a “falar sozinho”, mandando mais mensagens no seguimento da “conversa”, assumindo que ela estava a concordar com o que ele dizia ou, pelo contrário, começava a pressioná-la e a dizer que ele estava com as melhores das intenções, que apenas queria ajudar.

 

 

À medida que as mensagens do Bruno começaram a aumentar de frequência, a Sofia começou a não responder. A presença dele, que no início tinha sido muito agradável, tornou-se um sufoco constante. Ele deixou de ser cordial e começou a cobrar de todas as vezes que ela não respondia às suas mensagens. Essa cobrança e acusações (de ingrata, insensível, etc) aumentaram e foram tomando a forma de ameaças, no início pouco óbvias e até ditas com humor. Num dia à noite, quando vinha de um jantar de trabalho que tinha sido recheado de mensagens do Bruno, às quais ela obviamente não tinha respondido, encontrou o seu carro com um pneu cortado. As mensagens tornaram-se mais cruéis, ora ofensivas ora ameaçadoras. Quando ele começou a ameaçar fazer coisas aos filhos dela, ela procurou a ajuda do LisboaCounselling.

 

 

“Já não aguento mais! Acho que estou a enlouquecer!”  São as primeiras palavras da Raquel quando chega junto a mim.

Da conversa e companhia agradável, o Gonçalo passou a mensagens constantes, depois a ameaças e agora a acções – a  lateral do carro dela riscada, pneus furados, coisas que lhe desaparecem e outras coisas que são colocadas na sua carteira sem ela perceber como. Passa o tempo a tentar manter-se fora do alcance dele, mas ele “parece ter faro” e sempre sabe onde ela está ou o que está a fazer.

Sente que está a entrar em ruptura emocional. Chora por qualquer coisa, sobressalta-se ao mais pequeno ruído, tem pesadelos todas as noites e de manhã acorda exausta.

 

 

Estes são alguns exemplos de casos que eu tenho encontrado, tanto em pessoas que procuram a minha ajuda, como em workshops e seminários que tenho feito. E trazem sempre a mesma questão: “será que eu estou a ser exagerado? Será que esta atitude (do outro) é normal?”

Não!! Estas atitudes não são normais, embora sejam muito comuns.

Se estás a viver uma situação parecida com estas, isso está a ter um efeito muito destrutivo sobre ti e podes mesmo estar a correr riscos.

 

No LisboaCounselling podes encontrar ajuda para perceberes a situação em que estás e para saíres dela, sem correres mais riscos.