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Esta é uma época em que o nosso lado emocional tende a estar mais sensível e a mais facilmente fugir do nosso controlo. São mais frequentes aqueles momentos em que as emoções saltam para a superfície e muitas vezes não as compreendes, não sabes de onde vêm nem como lidar com elas.

Talvez vás tentando ignorá-las e digas a ti próprio que “isso não é nada”, mas elas continuam a persistir em bater à tua porta. Aqueles momentos de tristeza que parecem surgir do nada; a sensação de profunda solidão, que até talvez saibas de onde vem (mesmo que tenhas toda a família à tua volta); os picos de ansiedade, da qual muitas vezes só te apercebes quando uma inspiração mais forçada te leva a tomar consciência da falta de ar que estavas a sentir, ou quando a tua mão se dirige automaticamente ao pescoço, tentando aliviar um pouco a tensão acumulada.

 

Mas, porquê? 

O Natal acaba por mexer connosco muito mais do que apenas ao nível dos presentes. Algo bem fundo dentro de nós continua a ter alguma noção de como deveria ser. Apesar de vivermos num mundo “quebrado” há uma semi-consciência de que não deveria ser assim, e surgem na nossa mente conceitos de base que não estão assim tão ultrapassados: a ideia de família, de unidade, de paz e harmonia que tanto desejamos. A noção de que esses conceitos estão muito mais fora do nosso controlo do que gostaríamos, não consegue apagar completamente esse anseio por uma restauração, por um reencontrar da felicidade.

 

Expectativas

Apesar de termos essa como que lembrança ancestral de um mundo perfeito (uma família perfeita, uma sociedade perfeita,…) acabamos por também nós contribuir para a instabilidade e a desarmonia. Quanto maior é a consciência de como deveria ser, maior a decepção pelo que é a nossa realidade. Pior do que isso, numa tentativa de agarrarmos aquilo que tanto desejamos, criamos expectativas. E apesar de sabermos que aqueles que amamos continuam a não ser perfeitos, continuamos a esperar (atitudes diferentes, gestos diferentes) contra toda a lógica. À medida que o Natal se desenrola, vai-se instalando a angústia de esperar o que no fundo sabemos que não vai acontecer. Vais continuando a esperar e depois és confrontado com o facto de que está tudo igual: os conflitos, as atitudes desagradáveis, o egoísmo, a falta de interesse pelos outros, … Talvez vás investir tanto em ter o jantar perfeito e o ambiente perfeito e ninguém vai valorizar nem agradecer.

 

Presentes  

O Natal quase se resume a compras e presentes e se esquece afinal de onde vem essa ideia de celebrar esta época. O frenesim das compras é como que uma energia que talvez mantenha as coisas a funcionar, mas acaba por não ser suficiente para apagar o imenso vazio interior. E todo o ambiente de Natal leva a que muitas pessoas vivam uma época de yo-yo emocional, alternando entre a alegria que esta época, as musicas, as iluminações,  lhes trazem e as emoções negativas que vão surgindo pelo meio.

 

Escolhas 

Uma das principais áreas de trabalho em counselling é o desenvolvimento da consciência de escolha e da capacidade de fazer essas mesmas escolhas, de identificar as várias opções, mesmo (e principalmente) aquelas que não são visíveis a um primeiro olhar, e de decidir em que ambiente queres estar, onde queres manter a tua mente… e as tuas emoções.

No próximo artigo vou falar um pouco mais sobre este aspecto.