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E se parares, a sós, o que é que vais contigo próprio durante esse tempo? Será que não te vais despenhar no vazio?

 

Medos

O medo, apesar de raramente ser reconhecido como tal, pode ser uma das principais razões que nos leva a fugir de momentos a sós. Se nunca paraste de verdade, esse pode ser um lugar desconhecido e estranho. Conheces a companhia de outros, sabes como é estar com eles, mas não conheces a companhia de apenas tu próprio. O que poderá acontecer? Que “diálogos” irás travar com o teu eu interior? Que coisas irás ver em ti e que preferias não ter visto?

De alguma forma, e apesar de normalmente não termos uma grande consciência de que sofremos de auto-cegueira, todos temos a sensação de que há coisas lá no fundo de nós próprios que desconhecemos. E a possibilidade de sermos confrontados com essas coisas e de virmos a encontrar o desconhecido que há em nós, pode ser bastante perturbadora.

No entanto, parar não tem que ser um tempo de introspeção. Pode, e deve, começar por ser uma actividade de reconstrução interior, sem riscos. Não temos que nos “partir”, para depois nos reconstruirmos. Esta é uma das maiores diferenças entre o counselling e a psicologia. Nós nunca começamos pela análise do problema (como a psicologia faz), mas por passos práticos para a sua resolução, começando pela restruturação, pelo alívio, pelo fortalecimento interior.

Então, se estás disposto a começar a parar, não uses esses momentos para introspeção, para observar o teu interior. Pelo contrário, dirige o teu olhar para fora, para o que te rodeia; aumenta a tua capacidade de ver e de usufruir.

 

Vazio interior

Essa sensação de vazio que de vez em quando nos bate à porta, vai fazendo mossa. Algumas pessoas são mais propensas do que outras a esse desconforto interior. Outras, nem se apercebem de que ele existe.

Pela lógica, como é que se resolve um problema de “vazio”? Enchendo, obviamente! Esta necessidade, normalmente inconsciente, leva muitas pessoas a se encherem com qualquer coisa que apanhem à mão – muita actividade, barulho, TV, net, numa correria imensa para tentar encaixar alguma peça nesse vazio. No entanto, da mesma forma que num puzzle, a peça errada não encaixa, também quando tentamos preencher os nossos desconfortos com peças que não são as adequadas, elas não vão resolver. Muito pelo contrário, podem aumentar ainda mais a sensação de vazio, levando a um esforço maior para o compensar, numa espiral descendente de imenso desgaste interior.

 

Falta de tempo

O excesso de actividades e de estímulos, aliado ao cansaço que provoca, leva a que haja uma permanente sensação de falta de tempo. Isso é ainda mais agravado pelas constantes mensagens (corretas e bem intencionadas) acerca da importância de passar mais tempo com o que é realmente importante, como a família. Então, naturalmente, não vais querer tirar do pouco tempo que tens para estar com os teus filhos. Eu compreendo e concordo. No entanto, este parar para recarregar baterias, não tem a ver com gastar mais tempo, mas com fazer uma gestão do tempo diferente, mais equilibrada, mais eficaz. Quando eu trabalho gestão de recursos (tempo, finanças ou outro) com um cliente, no final do nosso tempo de “treino” de novas competências, é comum ele dizer que está a ter o suficiente para fazer o que fazia antes, para usar as técnicas e estratégias que desenvolvemos e que por vezes ainda sente que tem um pouco de sobra.

Então, “parar” não é inserir mais um bloco de tempo (aparentemente não produtivo) numa agenda já sobrecarregada, mas arrumar de forma diferente.

 

Mentiras

A pressão social, que vem sob a forma de mentiras, quando já não temos energia para lutar, pode facilmente levar-nos a “embarcar” nessa onda.

Estar fora do comboio, ser estranho, absurdo, não fazer sentido, são alguns dos conceitos com que esta sociedade acelerada e desgastada nos pressiona, tentando que todos caminhem dentro do mesmo modelo de correria incessante.

 

Orgulho

Os conceitos ligados ao nosso orgulho natural, têm um grande peso. A ideia de que, se não fizermos algo, isso será uma calamidade, é tão absurda como a crença de que somos insubstituíveis. Cada ser humano é especial e precioso, mas o orgulho, em vez de aumentar esse valor, acaba por o diminuir, por “desfeiar” o quadro.

 

Hoje é o dia certo para começares a abrandar.

Achas que não podes? Quem sabe, começares apenas com 15 minutos por dia.

No próximo artigo (e último desta série) vou falar de algumas ferramentas e estratégias práticas que podes usar e que podem marcar o início de uma mudança radical na tua vida.