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Uma dependência pode surgir numa actividade que é comum, inofensiva e até positiva. Não são apenas o álcool, drogas ou tabaco que “agarram” as pessoas.

 

Na verdade, um vício é apenas um comportamento que a pessoa tem e que já não consegue deixar de ter. Não tem que ser algo destrutivo em si mesmo. No entanto, a partir do momento em que a pessoa deixar de ter a liberdade de escolha e esse comportamento se tornar irresistível e compulsivo, ele torna-se uma ferramenta de autodestruição na vida dessa pessoa e, normalmente, dos que lhe são mais próximos.

 

Só faço isto porque quero! 

Uma característica comum à maioria das pessoas que tem um vício, é não o reconhecer como tal e, de cada vez que esse tema é abordado, afirmar que aquele comportamento não é vício, que está completamente sob controlo. Esta atitude deles, provoca um enorme desespero nos seus familiares, levando-os a acreditar que não é possível fazer nada para os ajudar a sair dali. Mas esta atitude não tem nada de novo, é o que seria de esperar, é característica de todas as pessoas que têm um vício e ainda não o reconhecem. Concordo que parece uma atitude que elimina a esperança. Mas o facto de ser a atitude normal, de não ser algo diferente do comum, ajuda-nos a perceber que as pessoas que já saíram de vícios, começaram por estar nesse mesmo patamar. Então, não é a negação da esperança, mas apenas o patamar de onde se pode começar a construir mudança.

Para além disso, para nós que trabalhamos com vícios, este é o patamar de onde já partimos muitas vezes para ajudar a recuperar vidas. É um local que conhecemos. Não que gostamos, mas do qual sabemos que é possível sair.

 

Vícios!? 

Como já referi, muitos vícios são actividades que imensas pessoas praticam sem estarem delas dependentes. Algo tão simples e comum como a net – redes sociais, jogos, vídeos, etc – são usados pela maioria das pessoas. No entanto, quando estas actividades começam a ocupar uma grande parte do tempo, a fazer com que compromissos (de trabalho, estudo) sejam negligenciados; quando a pessoa na realidade já não consegue parar no momento em que quer, embora pense o contrário, o vício já está instalado.

Outras actividades aparentemente banais, podem ser a televisão, o ficar na cama, o não sair de casa, o roer as unhas. Ir às compras, está a tornar-se um vício cada vez mais comum, trazendo graves problemas ao orçamento familiar. Alguns vícios existem escondidos, como é o caso da pornografia, que afecta uma enorme percentagem de pessoas, tanto homens como mulheres e até mesmo crianças – hoje em dia é facílimo estar a ver algo num écran, sem que ninguém à volta se aperceba.

Mesmo algumas situações considerados clínicas, como a depressão ou a ansiedade (ou até mesmo a gaguez), podem ter uma dinâmica muito semelhante à do vício.

Um exemplo de algo que é benéfico mas que, para muitas pessoas, já passou para o campo do vício, é o exercício físico.

Na verdade, quase tudo se pode tornar um vício, a partir do momento em que se torna um exagero e que sai do controlo. Facilmente podes perceber se determinado comportamento ou atitude que repetes bastante, já se tornou um vício. Podes definir um tempo, por exemplo uma semana ou um mês, sem fazer isso e verificares até que ponto consegues.

 

Consequências  

Uma das primeiras consequências mais óbvias, é que o vício consome tempo. Ele pode roubar do teu tempo de trabalho, de estar com a família, ou mesmo de descanso.

O vício funciona como um local de refúgio, aquele lugar para onde foges quando estás em baixo, cansado ou stressado. Assim, o vício fragiliza-te mais, diminui a tua resiliência e a capacidade de lidares com situações difíceis ou desagradáveis.

Para além disso, há consequências a nível neurológico. Os nossos hábitos e padrões criam determinados “percursos” e ligações no nosso cérebro. Quando alguns hábitos estão a criar “percursos” negativos, isso vai ter um impacto, um custo.

Os vícios têm um grande impacto destrutivo, não só na pessoa que tem o vício, mas também na sua família.

 

Um vício é uma escolha. Há um caminho de saída. Fazer esse caminho é uma luta, sem dúvida. Mas se te dispões a percorrê-lo, um dia o teu vício será apenas uma parte do teu passado.