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“O álcool levou-o a fazer aquilo.” Mas… será? Será que é o álcool ou as drogas que levam as pessoas a ter determinadas atitudes que de outra forma não teriam?

Não creio! Essas substâncias apenas ajudam a sair os impulsos negativos que existem em todos nós; fazem com que a pessoa relaxe mais e ignore os limites ou códigos de ética que normalmente segue.

 

Cortisol

O cortisol é uma hormona que o nosso corpo produz e que nos ajuda a “sobreviver” em situações de risco. Na prática, ela aumenta a nossa capacidade para fugir ou lutar. Mas não foi criado para inundar o nosso organismo a tempo inteiro, uma vez que tem efeitos bastante nocivos.

Ele intensifica as emoções negativas, como o stress, ansiedade, ira e mesmo as emoções “frias”, como a angústia, tristeza, depressão. Assim, ele reduz imenso o nosso bem-estar.

Para além disso, ao ter como objetivo principal o ajudar-nos a reagir de forma rápida e impulsiva, ele bloqueia o nosso funcionamento mental, reduzindo a nossa visão e capacidade de discernimento e planeamento. O cortisol aumenta a nossa tendência para a impulsividade (em vez do bom senso) e a predisposição para o conflito.

 

Cortisol e resiliência

O cortisol aumenta a nossa tendência para o egoísmo, as nossas expectativas e o foco em que as coisas têm que acontecer “à minha maneira”. Os problemas e ofensas parecem-nos muito maiores. A resiliência das pessoas que vivem em modo de cortisol a tempo inteiro, é muito baixa.

 

“Como é que eu fiz aquilo?!”

A LisboaCounselling trabalha a mudança interior, como forma de resolução do problema ou como meio para alcançar o alvo. E temos duas grandes áreas de trabalho: o desenvolvimento de ferramentas, estratégias e competências que levem o nosso cliente a resolver o seu problema, e todo um trabalho de consolidação, de reprogramação da mente, em que as novas formas de lidar com as situações vão sendo implementadas no cérebro como um novo programa. É este trabalho de neuroprogramação que faz com que a mudança seja sustentável a longo prazo, com que o nosso cliente consiga manter ao longo do resto da sua vida a mudança e benefícios que alcançou durante o tempo em que trabalhámos juntos.

Mas a reprogramação não elimina as nossas tendências inatas. Ela aumenta a nossa capacidade de escolha, de sermos felizes e positivos, de conseguirmos agir da forma que achamos correta e tendo em conta os resultados que desejamos (é muito fácil, por causa da impulsividade e falta de habilidade, uma pessoa “estragar tudo” e obter precisamente o que queria tanto evitar). Mas o nosso velho eu continua a existir dentro de nós — desativado, adormecido, mas não eliminado.

E o que é que o cortisol tem a ver com isso?

O que acontece, é que o cortisol reduz o nosso funcionamento mental, a nossa resiliência, a nossa capacidade de analisar e de identificar as várias opções que temos para lidar com a situação. O cortisol é uma hormona de impulso e rapidez e leva-nos a agir logo nos primeiros segundos e sem pensar… muitas vezes com resultados desastrosos. Por isso, mesmo em pessoas já com bastante maturidade, respeito pelos outros, etc, um pico súbito de cortisol pode desencadear velhas atitudes e comportamentos, coisas que a pessoa acreditava que já tinha ultrapassado.

 

Então, é um fracasso?

Não! Não é um fracasso! Nós não temos que ser escravos dos nossos impulsos e atitudes prejudiciais (para nós e para os outros). Há atitudes que nós podemos mudar e ultrapassar. Mas precisamos de estar conscientes de que as nossas tendências negativas continuam a existir. A mudança não é através de as controlar, mas de aprender a geri-las, a perceber o que se está a passar dentro de nós e a conseguirmos escolher formas mais saudáveis de lidar com cada situação.

 

No próximo artigo vou falar um pouco acerca de como fazer isso.