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A grande maioria das vítimas de uma situação de bullying, não tem noção de que o é. Muitas vezes, desenvolve um perfil em que acredita que é ela a culpada das atitudes do seu agressor, principalmente com os agressores mais cruéis. Vai-se sentindo cada vez mais isolada, uma vez que, na sua maioria, não partilham com outras pessoas o que se passa.

 

Acima da média

Muitas vítimas de bullying têm capacidades acima da média, são inteligentes e destacam-se pela qualidade do seu trabalho. Têm (ou tinham…) valores bem definidos e forte sentido de ética e integridade, características que o bully não tem, que despreza e que se empenha em destruir. Grande parte são pessoas bastante independentes e pouco afetadas pela pressão de grupo. São o alvo da inveja do bully, que faz tudo para reduzir o “brilho” delas, usando-o como se fosse dele próprio, tentando convencer a vítima e os outros que o que ela consegue obter é por mérito ou ajuda dele.

 

Frágeis e sensíveis

Ao contrário do que se possa pensar, nem todas as vítimas de bullying são particularmente frágeis ou sensíveis. No entanto, este é um perfil que muitos agressores apreciam. Pela maior sensibilidade delas, é muito mais fácil serem magoadas e agredidas. Aquilo que pessoas com outro perfil conseguem ignorar, numa pessoa de maior sensibilidade, provoca feridas interiores profundas, destrói a auto-confiança e deturpa a auto-imagem.

Alguns agressores preferem este perfil, por esta maior facilidade em as ferir. Com pouco esforço, eles conseguem corroer o seu interior, de tal modo que muitas destas pessoas vivem quase como se fossem zombies, apenas de corpo presente e cumprindo os seus deveres, mas interiormente com um vazio enorme, angústia e total falta de esperança.

Estas pessoas mais sensíveis também são bastante apreciadas pelo agressor que se considera um psicólogo amador. Este adora mostrar-se igualmente sensível ou até mais do que elas; defender todas as causas que ela defende e outras mais; parecer que ajuda, que é o protetor dela, levando-a a acreditar nele e a desenvolver muitas vezes um perfil de dependência, que ele alimenta e ela acaba por aceitar sem ter disso consciência.

 

Vida dupla

Caso: A Susana é uma das diretoras numa multinacional. Uma mulher vistosa, uma executiva bem-sucedida. Ela faz o seu trabalho com qualidade acima da média, dirige a sua equipa sem dificuldade. Lidera reuniões com os representantes dos outros países, muitas vezes em salas onde ela é a única mulher. E diz ela: “Numa sala cheia de homens, tão ou mais importantes que eu, consigo liderar a reunião até ao fim, sem hesitações nem dificuldades. Mas quando meto a chave na minha porta ao chegar a casa, transformo-me noutra pessoa; num farrapo humano.”

Como muitas outras pessoas, a Susana vive um papel duplo em que, num contexto, ela é uma pessoa de sucesso, e no outro onde é agredida, ela é um “farrapo”. Muitas pessoas conseguem criar esta realidade em que metade da sua vida funciona apesar de a outra metade ser um inferno.

 

Sintomas

Em situações de violência psicológica prolongada, acabam sempre por surgir sintomas físicos, muitas vezes sob a forma de doenças que os médicos não conseguem entender nem curar. Os sintomas mais comuns são a nível mental e psicológico, como depressão, angústia frequente, pensamentos suicidas, desorientação, ansiedade, medos, etc. No entanto, também surgem problemas como anemias graves e que não têm causa aparente, problemas do aparelho digestivo ou circulatório, alergias, cancro (cada vez mais especialistas acreditam que muitos casos de cancro podem estar ligados a, ou ser agravados por problemas psicológicos).

 

Os homens também são vítimas?

Sem dúvida! De forma tão dramática e cruel como acontece com as mulheres, com a agravante de que, para um homem, a situação parece muito mais vergonhosa. Dificilmente um homem se queixará deste tipo de agressão.

 

E o futuro?

Dramaticamente, a vítima desenvolve um tipo de perfil que outros agressores conseguem identificar e preferir (uma pessoa que já foi “treinada” por outro). Por isso, muitas pessoas que conseguem sair de uma situação de violência, mais tarde acabam por cair noutra, igual ou pior.

No entanto, a vítima pode desenvolver as competências necessárias para deixar de o ser. Pode aprender a deixar de ser vista por outros predadores como “alvo”. Esse é um dos objetivos fundamentais em counselling; trabalharmos não só a “cura” interior, mas treinarmos no/a nosso cliente as competências para não voltar a ser agredido.

Se estás numa situação de violência ou pressão psicológica, mesmo (e principalmente) que te pareça impossível mudar essa realidade, contacta-nos; uma conversa confidencial, sem riscos, que te pode ajudar a perceber como te poderemos ajudar.

 

Ser agressor é uma opção. Ser vítima também.