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Muitas vezes só um sente que a relação não está bem. Será possível restaurá-la mesmo assim? O mais frequente é pensar que há apenas duas opções: aguentar e sujeitar-se a viver infeliz e frustrado/a ou desistir do relacionamento e separar-se.

Sem dúvida que numa relação entre duas pessoas, o ideal é que ambos invistam na mudança e resolução do problema. Mas quando só um dos dois está disposto a trabalhar para melhorar a situação, isso não significa, de forma alguma, que não seja possível fazer nada.

 

Análise e acção

Uma das consequências práticas de “passar” por um processo de Counselling, é a aquisição de uma maior capacidade de análise funcional. Ou seja, nós não focamos em culpas ou traumas (que agravam a visão do problema e boicotam a possibilidade de uma resolução positiva). A nossa análise é essencialmente da dinâmica da relação: como surgem e se desenrolam os conflitos, elementos facilitadores e prejudicadores, etc, procurando ver as características do problema para percebermos onde e de que forma podemos começar a criar mudança.

Junto com este tipo de análise, desenvolvemos a capacidade de tomada de decisões conscientes e intencionais. Ao sairmos do modo de “preto ou branco”, “certo ou errado”, conseguimos perceber que há muitas opções possíveis em cada situação, criando uma elasticidade mental que te permitirá não só escolher opções mais positivas, mas também visualizar vários passos ou etapas, para o alvo que desejas. Isto é importante pois numa fase inicial, de conflito e visão muito negativa da relação, não há condições para terem o tipo de comunicação que desejas; primeiro, precisas de criar o espaço para isso.

 

Trabalhar é diferente de queixar-se

Em alguns casos, pode até parecer que ambos querem melhorar a relação. No entanto, podemos vir a verificar que o único interesse de um é queixar-se, acusar o outro e querer que seja ele/a a fazer toda a mudança. Este tipo de pessoa pode tornar mais difícil o nosso trabalho do que aquela que assume abertamente que não quer colaborar ou nem sequer está aberta a falar acerca disso. Ou seja, a total falta de disponibilidade para colaborar pode ser um obstáculo menor do que uma falsa disponibilidade.

 

Então… quantas pessoas?

A maioria dos especialistas que trabalham em Terapia de Casal, provavelmente diria que são precisos os dois. No entanto, eu digo que podemos começar a trabalhar apenas com um. Porque essa é a minha realidade. Em muitas das situações de trabalho com relacionamentos, só um dos dois está disposto a fazer esse investimento. Eu penso que o que não existe não nos serve para nada. Se o outro conjugue está ausente, desinteressado, hostil ou com qualquer outra atitude negativa, obviamente ele/a não é um recurso que possamos usar para ajudar a resolver o problema. Ficar à espera da sua colaboração, só vai distrair-nos do trabalho que temos pela frente e, muito provavelmente, criar desânimo e desmotivação. É muito mais fácil trabalharmos e obtermos resultados, tendo a consciência dos recursos que temos e dos que não temos.

 

E a restauração é possível… mesmo nesses casos?

Certamente! A gravidade inicial da situação não é indicador do tipo de resultado que poderemos obter. Situações inicialmente muito graves, podem evoluir em algumas semanas para um quadro de comunicação positiva e reconstrução de afectos.

O que determina o resultado do Counselling na tua vida não é a gravidade da tua situação mas a tua disponibilidade para trabalhares.

O meu próximo artigo desta série, irá ajudar-te a perceber qual a gravidade da tua situação e o que podes fazer acerca disso. Fica atento!