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Nem sempre o agressor é o homem. Também há mulheres e mesmo jovens e crianças com estas características. A crueldade e a insensibilidade pela dor do outro, podem ser encontradas mesmo em crianças muito pequenas. Apesar de normalmente isso não ser levado muito a sério pelo adulto, a tendência para atitudes cruéis é um sinal de alerta que não deve ser ignorado pela família.

 

Ele é um psicopata?

Agressão não é doença! Ele age assim, de forma intencional e planeada. Ele só o faz com quem quer e quando quer. Não é um doente arrastado por quaisquer distúrbios mentais. Aliás, uma das suas características, é ele ser capaz de parar (uma cena de gritaria e “descontrolo”, por exemplo), de forma imediata e sem mostrar qualquer vestígio do que estava a acontecer. Por exemplo, no meio de uma cena em que supostamente ele estava totalmente de cabeça perdida e incapaz de se controlar, se toca o telemóvel, ele consegue parar imediatamente e conversar com a sua voz normal, sem qualquer perturbação na respiração ou no tom de voz, que possa levar a outra pessoa a perceber o que se estava a passar. Ele consegue controlar tanto o que faz como a intensidade. É intenção gerida e controlada; não é doença.

Mas então, porque é que ele quer parecer que está de cabeça perdida?

Em primeiro lugar, pelo prazer que lhe dá o terror que provoca na sua vítima. E depois, porque uma pessoa de “cabeça perdida” não é responsabilizada pelos seus atos. Isto permite não só que ele sempre se desculpabilize perante a sua vítima (ela é que o levou a ficar naquele estado; a culpa é dela) mas também que possa ser ilibado, mesmo em termos de justiça, em cenas que tomem maiores proporções.

 

Escolhe a vítima

O agressor escolhe a sua vítima antes de começar a “investir” nela. Ele não vai começar uma relação com qualquer pessoa. A pessoa a quem ele se liga, sempre é uma pessoa “maltratável”, alguém que ele sabe que vai conseguir manter nessa relação de abuso. No artigo sobre o Perfil da Vítima, podes perceber melhor o tipo de pessoa que ele escolhe.

 

Ator perfeito

O agressor é, acima de tudo, um ator. Ele não é vítima de qualquer problema genético que o “obrigue” a ser assim. A forma como ele age, é a forma como quer agir.

Ele esconde-se atrás de uma máscara de “boa intenção”, conseguindo que as suas atitudes mais cruéis sejam vistas pelos outros como boas. Adora ser visto como o ajudador, gentil, generoso, sofredor, estando muitos deles ligados a algum tipo de ajuda ou causa social.

 

Camuflado no meio da multidão

O agressor é tão habilidoso em se camuflar, que a maioria deles, nas várias formas de bullying (no trabalho, na escola ou em casa) só é detectado pela própria vítima. No entanto, quando esta começa a aperceber-se do que ele é, ele já tomou as medidas necessárias para garantir que ela não irá falar.

Ele esconde completamente todo o seu “eu interior”. Tudo o que mostra é fachada e mentira.

A sua enorme habilidade, permite-lhe ter as atitudes mais cruéis em público, à vista de toda a gente, e só a sua vítima percebe a agressão. Ele pode dizer, por exemplo, “hoje o teu cabelo está muito giro”, e só a vítima perceber que ele está a dizer-lhe que está demasiado arranjada, ou demasiado provocadora, e que quando chegarem a casa ele vai “tratar do assunto”. Ele é capaz de fazer com que ameaças sérias (que depois são cumpridas), sejam vistas pelos outros como elogios. Desenvolve uma espécie de código, em que palavras, gestos ou olhares podem ter um significado muito diferente do habitual. Os agressores que fazem isto, usam este tipo de agressão em público, como o seu jogo preferido.

 

Centrado em si próprio

É egocêntrico, arrogante e orgulhoso, não tendo problema em mostrar que se considera superior aos outros (embora muitos o façam com uma aparência de grande humildade). Acha que tudo o que tem de bom é fruto do seu próprio esforço. Pode tornar-se de uma grandiosidade ridícula e tender para a paranóia. Tem tendência para desenvolver grandes ideias, grandes projetos, que normalmente não concretiza, culpando os outros por isso.

Adora fazer o papel de “coitado”, defendendo que é especialmente incompreendido e maltratado (quase todos referem atitudes horríveis da sua família contra eles, durante a sua infância e juventude e que, quase sempre, são mentira).

 

Insensibilidade

Há uma total ausência de sentimentos de culpa, arrependimento ou remorsos pelo que faz. Ele é frio, calculista, destrutivo, sem limites. Usa o escárnio e o desprezo. É um transgressor de regras sociais que só visa os seus próprios interesses.

Ele tem uma total incapacidade para “sentir” a dor do outro, mas tem uma habilidade muito acima da média para detectar e perceber essa dor. É especialista em saber aquilo que mais profundamente destrói a sua vítima, o que lhe dá o poder de provocar grande destruição com um mínimo de esforço.

No entanto, como ator que é, muitos simulam uma sensibilidade acima da média, de tal forma convincente que essa chega a ser a principal característica que os outros veem neles. Muitos são capazes de chorar (lágrimas reais!!), apenas com o intuito de levar a vítima a baixar a guarda, para depois ferirem com maior crueldade.

 

Comunicação

É intolerante em relação a outros pontos de vista. Adora ouvir a sua própria voz.

A sua forma de comunicação mais comum com a sua vítima tende a ser o monólogo, começando com aparência de discussão, mas rapidamente passando a ser ele o único a falar, fazendo longos discursos (que podem ser de gritaria ou com toda a calma), que podem demorar horas, acerca dos erros e culpas da sua vítima, até que ela fica num estado de entorpecimento mental, incapaz de reagir, de se defender ou mesmo de ter uma visão clara da realidade.

 

Cruel

É cruel e vingativo, vendo qualquer tentativa de falar do assunto como uma traição a ser punida. Isso é suficientemente levado a sério para que a vítima não conte a ninguém o que se passa. Muitas passam anos ou mesmo décadas neste tipo de relação, sem que ninguém se aperceba, nem mesmo a família e amigos mais próximos.

Ele usa a ira para intimidar e destruir. A sua vítima sabe que qualquer atitude dela que lhe desagrade, vai ser duramente punida. A sua crueldade leva-o a nunca deixar muito clara a linha entre o que é ou não permitido, de modo que a vítima vive num estado de terror permanente, sabendo que a qualquer momento pode haver punição, mesmo sem ela saber porquê.

Deleita-se em “roubar a vida” da sua vítima, o seu sentido de propósito, a sua individualidade e vitalidade.

 

Confunde a vítima

Todos eles investem em confundir a vítima. Numa fase mais ligeira, há sempre a atitude de “olha o que me obrigaste a fazer” ou “tu é que me fizeste perder a cabeça”. Numa fase mais avançada ou mais grave, ele passa a dizer que é ela que o agride. Isto é feito através de uma pressão psicológica intencional, planeada e constante, de modo que a maioria das vítimas apresenta sinais por vezes bastante acentuados de desorientação e auto-imagem bastante deturpada.

Quase todos investem fortemente em convencer a sua vítima de que ela tem problemas mentais, de que “não está bem da cabeça”. Muitos insistem para que ela comece a ser seguida por psiquiatra.

 

Inteligente mas covarde

O agressor normalmente é muito inteligente e tem grande poder de persuasão e habilidade para enganar. É mentiroso, manipulador, sem escrúpulos. São extremamente habilidosos em se aproveitar da boa fé dos outros.

Ele usa a sua inteligência para planear e obter os resultados desejados. Nunca há jogo limpo ou aberto. São quase sempre pessoas extremamente covardes que só agridem quando sabem que não correm riscos.

 

Há vários níveis de gravidade, mas todos eles deixam marcas de destruição por onde passam.