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Counselling é uma das especialidades de saúde mental. Portanto, também trabalhamos com situações clínicas: depressão, burnout, ataques de pânico, fobias, desordens alimentares, alergias, despersonalização, entre outras.

 

Papel ativo do cliente

Mesmo nas situações clínicas, o nosso cliente desenvolve ferramentas e estratégias específicas para ultrapassar o seu problema. Ao longo do percurso de resolução do problema, aprende também a lidar com crises, a identificar sintomas e factores de risco e a planear a estratégia para lidar com os aspetos específicos da sua situação. Numa perspectiva, não de especialista / paciente, mas de equipa (counsellor / cliente) criamos um novo percurso de vida. O cliente, sendo parte ativa da equipa e do processo de cura, tem de ser informado e autónomo.

Nós desenvolvemos ferramentas em várias áreas, que o cliente vai colocar a uso para ultrapassar a sua situação clínica.

 

Mindfulness

As ferramentas de mindfulness são adaptadas para serem funcionais e fáceis de aplicar no dia a dia. Não precisamos de estar no lugar “certo” ou numa determinada posição. Em vez disso, usamos as ferramentas de maneira totalmente informal e nas situações em que estivermos.

Por exemplo a meditação, significa simplesmente estar focado numa única coisa, normalmente a respiração. Usamos vários tipos de meditação mas sempre focadas na realidade, no momento presente. Não usamos imaginações nem visualizações e, muito menos, o esvaziar da mente. Aliás, o conceito de mindfulness é precisamente o oposto, é a mente plena, atenta, consciente, focada, tranquila e descansada, mas nunca desligada da realidade.

Estas ferramentas são desenhadas e ajustadas para a situação específica do cliente, tanto o foco na respiração como nos sentidos, no usufruir das pequenas coisas (que tem um papel importante na produção das hormonas positivas). O cliente aprende a usar cada ferramenta para cada objetivo. Ele aprende a escolher e decidir o que usar nas situações, nas crises, nos imprevistos. Aprende a viver de forma mais consciente e intencional, e menos no piloto automático (que é onde os problemas mentais e emocionais são desencadeados; a nossa mente a vaguear por temas tóxicos e desgastantes ou mesmo destrutivos, por vezes a tempo inteiro e sem termos consciência disso).

Esta capacidade de atenção plena, que desenvolvemos com a prática do mindfulness, ajuda-nos a gerir o pensamento e as emoções, e a termos a nossa mente no momento presente. Ela é usada também de uma maneira funcional, quando precisamos, por exemplo para desacelerar a nossa mente, focar a nossa atenção, reduzir emoções negativas, libertar-nos de pensamentos tóxicos, gerir picos de cortisol, etc. Então, o mindfulness que usamos é muito mais do que uma prática feita numas sessões; ele é um estilo de vida que usamos de forma tão natural como um copo de água quando temos sede ou um casaco quando temos frio.

 

Bioquímicos / hormonas

O nosso corpo produz hormonas e podemos fazer isso de forma intencional. Por exemplo, a adrenalina, toda a gente sabe como a produzir (é só ver ou fazer algum programa assustador). Com as outras hormonas acontece o mesmo; elas são produzidas em situações específicas.

O nosso cliente aprende como se produz cada hormona, negativa ou positiva. Aprende o papel e função de cada uma, para que as quer. E aprende a produzir cada uma, estratégias e situações para as produzir ou reduzir. Na prática, o cliente vai estar a produzir os bioquímicos de que necessita, em vez de tomar medicação.

A gestão do equilíbrio bioquímico vai também sendo feita pelo cliente, à medida que ele começa a conhecer os sintomas dos picos de hormonas, que começa a perceber qual está em excesso ou em falta, no seu organismo. O nosso corpo dá-nos sinais de alerta, sintomas, que podemos aprender a identificar e a gerir. Isso permite-nos gerir tanto os picos de determinada hormona como as “ressacas” emocionais, quando os níveis caem demasiado depressa, muitas vezes também nas hormonas positivas.

Por exemplo, depois de algo muito bom que aconteceu, podes sentir uma grande angústia ou ficar mais deprimido. Isto parece não fazer qualquer sentido; numa pessoa com depressão, pode levar à entrada numa nova crise de angústia profunda; a incompreensão dos outros (“fiz aquilo tudo para ficares feliz, e agora ficas nesse estado”), aumenta o desequilíbrio hormonal e agrava toda a situação. No entanto, isto tudo teve a ver apenas com um grande pico de hormonas positivas, digamos que um excesso, seguido por uma descida demasiado abrupta.

Aprenderes a fazer a gestão dos teus bioquímicos, é fundamental para saíres de um quadro clínico.

 

Neuroplasticidade

O nosso cérebro funciona muito por padrões, por “programas”. Alguns foram treinados de forma intencional como, por exemplo, aprenderes a escrever. Outros desenvolveram-se de forma inconsciente, no piloto automático. Por exemplo, as formas de reação ao stress ou a situações difíceis; normalmente são desenvolvidas de forma inconsciente e tornam-se padrões, ou seja, cada um de nós tem formas específicas de reagir a situações, pelo impulso.

A neuroplasticidade significa que o nosso cérebro é mudável, que podemos criar novos programas. Em counselling, há todo um trabalho de criar novos “programas”, novas formas de reagir, de sentir, de pensar, de gerir os desafios; programas mais positivos e equilibrados que automatizamos enquanto desativamos os velhos programas negativos e disfuncionais.

Por exemplo, o cliente que fica com um pico de ansiedade (ou com um ataque de pânico) em determinadas situações, aprende a ficar tranquilo e mais capaz de resolver a situação (em vez de stressar e bloquear). Ou o cliente que fica furioso quando lhe fazem algo, aprende a não ficar furioso e, se for o caso, a não permitir que lhe façam isso (aqui trabalhamos aquilo a que eu chamo “assertividade elegante”).

 

Em counselling, cada tarefa é planeada com um objetivo específico. O cliente sabe qual o objetivo desta tarefa nesta semana. À medida que avançamos, as ferramentas que começaram por ser praticadas de forma muito simples, vão adquirindo características mais específicas, ou sendo associadas a outras ferramentas. Esta é também uma das características do counselling – vamos ao encontro do cliente “onde” ele está, com as capacidades que ele tem e é isso mesmo que começamos por usar. Não há clientes “incapazes”. E à medida que ele vai sendo treinado “como um atleta” e aumentando as suas capacidades de auto-gestão, de lidar com temas mais profundos, vamos avançando para a resolução das áreas mais difíceis.

 

O meu trabalho está muito baseado na neuroplasticidade e nas pesquisas feitas na área da neurologia. Em perceber como o cérebro funciona, como o podemos gerir para mudar algo, para promover bem-estar, para curar. É no cérebro que vamos criar essa mudança.

Que “diagnóstico” te está a amarrar? Gostarias de sair dele?

 

No próximo artigo, irei falar de algumas das situações e do tipo de trabalho que fazemos.