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Mindfulness é uma prática muito antiga que recentemente se juntou a cientistas e pesquisadores da área das neurociências, ajudando-nos assim a entender o que acontece no nosso corpo e cérebro quando o praticamos regularmente.

 

Inter-conexão

Os nossos pensamentos, emoções e sensações físicas, o nosso comportamento e mesmo o que acontece no nosso corpo físico, estão interligados e influenciam-se mutuamente. Por exemplo, se começas a pensar em algo que seja preocupante ou aflitivo, começas a ficar ansioso (emoção), o teu ritmo cardíaco acelera (corpo físico), sentes calor (sensação física), ficas com menos paciência para os outros ou falas de forma menos agradável (comportamento). Cada área influencia as outras. Isto acontece, porque tem um único “comandante” a gerir todas as áreas.

 

Centro de comandos que não vê

É o nosso cérebro que faz essa gestão. No entanto, ele não “vê”. Ele acredita e gere em função da informação que lhe enviamos. Ele prepara o corpo para lidar com aquilo que lhe “dizemos”. Ou seja, se estás a pensar num problema, o teu cérebro reage como se isso estivesse a acontecer, produzindo os bioquímicos necessários, fazendo os músculos reagir, etc.

Perceber isto é fundamental para desenvolvermos o nosso bem-estar e a nossa saúde mental, emocional e física. As doenças psicossomáticas, por exemplo, são o resultado de cenários mentais negativos a tempo inteiro, de deixar a mente a deambular por temas tóxicos que levam o cérebro a estar sempre a preparar o corpo para um ambiente de guerra, mesmo que essa guerra não seja real.

Isto acontece com todos nós; contigo também. Podemos pensar, por exemplo, numa conversa muito difícil, numa reunião de trabalho ou na família. Mesmo que seja só alguns minutos, ou que seja apenas uma frase especialmente cruel, no final podes sentir-te exausto, totalmente esgotado, com a sensação de mente vazia ou de cérebro inchado, os músculos do pescoço tensos, um nó na garganta ou no estômago,… O teu cérebro, baseado no teu julgamento, nos teus pensamentos e emoções, preparou todo o corpo para uma batalha tremenda. Isso tem custos imensos. E a maioria das pessoas vive nesse ambiente negativo a tempo inteiro, desgastando-se, perdendo a saúde e a alegria de viver, tornando-se pessoas menos agradáveis.

 

 

Mindfulness e gestão de hormonas

O nosso corpo produz as hormonas que o cérebro manda. E o cérebro manda produzi-las consoante “pensa” que é necessário… consoante a informação que lhe enviamos. Se estamos sempre a ficar aflitos com o que vai acontecer, mesmo que sejam coisas banais como poder perder o autocarro, ou não conseguir acabar um trabalho a tempo; ou se estamos sempre no negativo: “não gosto disto”, “não quero fazer aquilo”, o nosso cérebro vai pedir maior produção de adrenalina, de cortisol.

O Mindfulness ajuda-nos a sair do piloto-automático e da constante tendência para o negativo. Ajuda-nos a tomar consciência das escolhas, do que podemos fazer, das imensas opções que temos em cada situação (em vez de vivermos bloqueados no “sim” ou “não”). E ajuda-nos a começar um percurso mais positivo.

Ajuda-nos a começarmos a reduzir a produção das hormonas negativas cuja necessidade, na maioria das vezes, é apenas imaginária. Estas hormonas aumentam as nossas emoções negativas, pioram o funcionamento do cérebro e provocam em nós um enorme desgaste.

Ajuda-nos a aumentar a produção das hormonas positivas, que aumentam o nosso bem-estar, a nossa saúde física e emocional, e a nossa performance, concentração, memória.

 

O uso dos sentidos

Vamos começar a reduzir o piloto-automático e a desenvolver a consciência plena, a capacidade de termos a nossa mente no momento presente. Para isso, usamos os sentidos, tomamos consciência das informações que eles nos dão e que normalmente ignoramos. As ferramentas que vamos usar, são as coisas mais banais e, aparentemente, nada importantes.

Como podes usar os sentidos para promover o teu bem-estar?

Começa por criar umas pausas no teu pensamento, ajudar a mente a ir ficando menos atulhada. Quando não estás a fazer nenhuma atividade mental, aproveita para observar o que está à tua volta, usando os vários sentidos, focando apenas numa pequena coisa de cada vez: observa as formas, as cores… as folhas das árvores a dançar com a brisa, o jogo de luz e sombras que elas fazem nesses movimentos… observa os pequenos detalhes do que te rodeia, com uma mente curiosa; deixa-te surpreender por coisas que vês e em que nunca tinhas reparado. Escuta os sons, do vento, da chuva, dos pássaros, vozes de pessoas, os teus passos quando caminhas. Usa o tato, observando a sensação do chão debaixo dos teus pés, o toque da água do duche, a brisa a soprar no teu rosto, o calor do sol na tua pele. Sente os cheiros que estão à tua volta, vai identificando e apreciando, um aroma de cada vez. Sente o sabor dos alimentos, saboreia, percebe os vários sabores que tens no prato.

Este usar dos sentidos, ajuda a começar a reduzir o piloto-automático, a trazeres a tua mente para um estado mais consciente e, usufruindo destas pequenas coisas, o teu cérebro vai começar a pedir maior produção das hormonas positivas, como endorfina, serotonina, dopamina, ocitocina. Cada hormona tem um papel específico e é produzida em atividades ou situações específicas. No entanto, ao começares a implementar momentos de positivo, usando os sentidos, usufruindo de cada pequena coisa, já começas a aumentar a produção destas hormonas e a sentir os seus efeitos.

 

Neuroplasticidade

O nosso cérebro funciona principalmente por “programas”, ações ou respostas que estão automatizadas e que necessitam de pouca energia. Tendemos a fazer cada coisa e a responder a cada situação sempre da mesma forma. Isso é uma forma de funcionamento muito eficaz. Mas muitos destes programas foram criados de forma inconsciente e são negativos ou disfuncionais.

A neuroplasticidade diz que o nosso cérebro é muito plástico, muito mudável. Ele tem uma imensa capacidade de adaptação. Então, podemos usar esta sua capacidade, para criarmos nele novos programas mais saudáveis e sustentáveis.

 

Neuroprogramação

A neuroprogramação que usamos não é PNL.

Na nossa abordagem, vamos desativar programas disfuncionais e substituí-los por outros, intencionais e planeados. Na realidade, a neuroplasticidade está na base de todo o nosso trabalho. É através dela, que ajudamos os nossos clientes a lidarem mesmo com situações clínicas.

Em distúrbios emocionais, como depressão, ansiedade, ira, ajudamos o cliente a desativar os programas que estão a causar essas emoções, ao mesmo tempo que começamos a implementar novas formas de pensar, sentir, de lidar com as situações. Em poucos meses, estes novos programas ficam por sua vez automatizados.

Em casos de dor crónica, trabalhamos para reduzir a percepção da dor. A doença pode continuar igual, por exemplo no caso de osteoartroses, mas o cérebro aprende a não passar tanto essa sensação de dor.

Em situações de ira, de acessos de raiva, o cliente desenvolve a capacidade de deixar de agir no impulso cego e destrutivo e de, em vez disso, conseguir escolher como quer lidar com cada situação.

 

O Mindfulness tem um papel fundamental em todo este processo de reprogramação do cérebro, de mudança de vida. Não é aprender a viver mais “controlado” como muitas pessoas pensam, mas mudar de fora para dentro, a partir dos aspetos mais fáceis e superficiais e avançando para mudança do próprio interior da pessoa.

A pratica e incorporação das ferramentas do Mindfulness como estilo de vida desenvolvem a liberdade de escolha consciente e intencional. Ajudam a sair do modo de impulso, da reação sempre igual (seja a nível de atitude, de emoções, de pensamentos, de sintomas físicos). Melhora a capacidade de visão e análise e desenvolve uma tranquilidade interior que aumenta a capacidade de planeamento. Melhora a auto-aceitação e a autonomia da pessoa.

 

Mindfulness pode ser apenas uma prática, numas sessões, melhorando o teu bem-estar nesses momentos… ou ser tornado um estilo de vida, ser usado de maneira informal a tempo inteiro, ajudando-te a teres um papel mais ativo na tua auto-gestão.

 

Se gostarias de começar a usar o Mindfulness, mas entendendo a base teórica e científica de cada tarefa ou ferramenta, tendo a oportunidade de perceber se concordas ou não, podendo escolher o que queres praticar, de acordo com as tuas crenças ou sentido de ética, essa é a abordagem que encontrarás na LisboaCounselling. Contacta-nos! Iremos ajudar-te a ajustar a prática à tua situação e objetivos.