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A sensação de já não aguentar mais, de cada tarefa, imprevisto ou contratempo, trazer uma sobrecarga e um desgaste enorme, de cada problema parecer a última gota… num pano de fundo de “tenho que aguentar”.

 

Como acontece?

Burnout não é súbito, mas um processo que começou muito antes do aparecimento dos sintomas. E também não é “visível”, como uma fratura ou um ataque cardíaco. Isto faz com que seja muito fácil a pessoa não tomar consciência, negar o processo em que está e continuar a trabalhar cada vez com mais empenho. A pessoa que está em burnout, normalmente, não tem noção disso.

O que leva ao burnout não é o excesso de horas de trabalho, mas a sobrecarga emocional, mesmo em pessoas que acham que não são emocionais. O pensamento acelerado, o cérebro cheio a tempo inteiro, a incapacidade de o desligar; o confronto constante com coisas que não funcionam bem, que não fazem sentido, que estão erradas; os outros, que não cumprem o que devem ou que são causa de maior stress ou atrito. Todas estas situações que nos acontecem a todos, à medida que se vai entrando em burnout começam a ter um impacto muito maior.

Muitas pessoas que estão em burnout nunca chegam a ser diagnosticadas nem a fazer qualquer tratamento. Apenas veem a redução de algumas das suas capacidades, como a perda de memória, dificuldade crescente de concentração ou a incapacidade de gerir o pensamento, sem perceberem que isso é o resultado de estarem em burnout e que pode ser recuperado.

 

Maior capacidade aumenta o risco e a gravidade

Pessoas com maior capacidade de aguentar, podem ter uma ruptura muito mais grave. É a ideia de que “já morreu e esqueceram-se de o avisar”. Estas pessoas ignoram os sintomas e conseguem continuar a funcionar com uma energia que já não têm, aumentando o seu saldo negativo. Na prática, a pessoa pode continuar a trabalhar muito depois de ter entrado em burnout. Isto faz com que a situação se vá agravando, podendo começar a haver episódios de sensação de que vai desmaiar, alucinações, despersonalização ou outros quadros mentais mais graves e também aumentando muito a probabilidade de ficar com sequelas para o resto da vida, por exemplo a nível de capacidades de memória e concentração.

Quanto maior a capacidade que a pessoa tem de aguentar, maior o risco de ficar com sequelas graves de burnout.

 

Gestão ineficaz

O burnout está muito ligado a uma auto-gestão e auto-regulação ineficaz. Para além de não se gerir adequadamente as responsabilidades, trabalho, limites, expectativas, também se vai dando cada vez mais importância à visão dos outros. O desempenho e o reconhecimento por parte dos outros torna-se cada vez mais importante. Quando esse reconhecimento não existe, o desempenho pode tornar-se uma obsessão.

Mas quando o teu bem-estar interior e auto-imagem dependem da opinião dos outros, a tua segurança está em risco. A tua fragilidade aumenta e as tuas capacidades diminuem.

 

Quem está em risco de burnout?

Penso que um dos principais grupos de risco, que ainda não é muito reconhecido como tal, são os jovens. Tanto alunos universitários, de mestrado, doutoramento, como jovens que estão a iniciar a sua vida profissional, seja em cargos com muitas exigências e sobrecarga de trabalho, seja com elevado empenho deles próprios.

Outros grupos de risco são pessoas que têm cargos profissionais de grande responsabilidade, principalmente profissões que “tratam” de pessoas: profissionais de saúde, professores, e também pessoas com grande responsabilidade sobre os bens dos outros, como consultoria, por exemplo.

E pessoas que estejam num ambiente emocionalmente tenso e desgastante, na família ou no trabalho, com conflitos ou bullying.

 

Negação e isolamento

A maior dificuldade em aguentar a pressão e o facto de tudo se ir tornando uma fonte de tensão, vai levando a um afastamento dos outros. Muitas vezes, não é intencional nem consciente. Apenas o “hoje não consigo” que se repete e vai levando a um isolamento crescente. Sente-se incompreendido. Vai perdendo o sentido de humor, a capacidade de estar bem.

É uma espiral descendente de auto-destruição.

 

Há um caminho de volta. Quanto mais cedo perceberes isso e começares a fazer esse caminho, menos riscos corres e menos graves são as sequelas.

 

Se desejas entender o que se estará a passar contigo e o que podes fazer para inverter o processo, contacta-nos!