+351 914 971 340 (Chamada para rede móvel nacional) info@lisboacounselling.com

A grande maioria dos jovens que passam por burnout, nunca chega a ser diagnosticada.

Apesar de toda a energia, toda a capacidade, todas as ideias, estão numa fase de grandes mudanças: os estudos, o primeiro trabalho, a primeira casa. Com tantos estímulos e pressões, é fácil o burnout chegar despercebido e, se não for tratado, pode deixar sequelas para o resto da vida.

 

Os mais inteligentes estão em maior risco

O burnout tem muito mais a ver com uma gestão ineficaz do tempo (compromissos, afazeres e descanso) do que com a quantidade excessiva de trabalho. Quanto mais exigentes os projetos com que os jovens se envolvem, maior o desgaste.

Apesar de o burnout poder acontecer a qualquer um, ele atinge especialmente os mais inteligentes, os que estejam a fazer mestrado, pós-graduação, ou que já estejam a trabalhar em cargos de grande pressão mental e emocional.

 

É muito fácil não “ver” o burnout

Os jovens tornam-se menos produtivos por estarem cansados e, o pior, é considerarem isto normal.

Eles não se veem como um grupo de risco, nem ouvem os sintomas. Acham que é só agora, que quando passar esta época, este exame, este projeto, logo recuperam a boa forma.

Por outro lado, os sinais de alerta de burnout são sintomas que todos experimentam: maior cansaço, dificuldade de concentração, de memória.

Com isso, a maioria dos casos nunca chega a ser diagnosticada. Os jovens vão conseguindo funcionar assim porque o cérebro se vai adaptando. Não tomam consciência da perda de capacidades porque vão aprendendo a vivem sem elas e acreditando ser um processo normal.

Podes encontrar mais informação sobre este tema na série de artigos sobre Burnout, no nosso site www.lisboacounselling.com.

 

Burnout tem um impacto no desempenho futuro

      Burnout reduz muito as capacidades mentais (memória, concentração, destreza mental) e causa maior dificuldade em gerir ansiedade, stress, menos resiliência, mais dificuldade na socialização e em gerir crises ou resolver problemas. Se não for tratado a tempo, algumas destas capacidades podem não se recuperar. A performance destes jovens vai diminuindo, não por causa da idade ou porque é natural, mas porque deixaram “queimar” áreas do seu cérebro e não foi feito o trabalho de as resgatar.

Pode haver grandes períodos de baixa, que podem levar ao despedimento e a dificuldade em encontrar um novo emprego devido ao gap de tempo em que estiveram fora do mercado. Cada vez mais as empresas estão atentas a esse gap, principalmente para cargos de grande responsabilidade e pressão.

 

Simplesmente parar, não resolverá o problema.

Algumas empresas começam a investir mais no tempo livre dos seus colaboradores e em atividades que promovam o seu bem-estar. No entanto, se não houver uma mudança na gestão mental e emocional das pessoas, a situação vai manter-se. Estas pausas mascaram o problema, deixando a exaustão de fundo agravar-se e fazendo com que alguns jovens acabem por “cair” mais à frente, com consequências mais graves.

Para sair deste quadro, é fundamental adquirir ferramentas que melhorem o funcionamento mental e reduzam o desgaste. No counselling, sendo uma abordagem holística, trabalhamos as várias áreas da vida da pessoa, desde auto-gestão e auto-regulação, skills para lidar com pressões, comunicação e relações interpessoais, implementação de hábitos regulares de bem-estar e recarregar de baterias, incluindo o trabalho para recuperar o máximo possível das capacidades perdidas.

Se estás a perder capacidades, como memória ou concentração, se as atividades habituais te custam muito mais, se ficas cansado/a com coisas que antes te pareciam fáceis, podes estar num processo de burnout. Procurar ajuda numa fase inicial, fará toda a diferença na tua qualidade de vida e performance no futuro.

 

Caso

Com o início da pandemia, o Tiago ficou em teletrabalho. Emigrara do país há uns meses e tinha um emprego óptimo, com muita responsabilidade mas com excelente ordenado e condições. O trabalho online, trouxe-lhe um grande aumento de pressão; os horários quase deixaram de existir. Recebia mensagens ou emails a qualquer hora, sempre com problemas graves e urgentes para resolver. Estava em casa o tempo todo, em isolamento, e queria fazer o seu melhor.

Quando voltou ao escritório, quase não conseguia concentrar-se. Cumprir o seu trabalho com qualidade, foi-se tornando um esforço cada vez maior. Dormia mal e acordava cansado.

A falta de motivação e empatia levaram-no a perceber que algo não estava bem. Antes, sempre se interessara por desporto, música; gostava de surfar, viajar, sair com os amigos. Sendo uma pessoa voltada para as pessoas, estava sempre pronto a ajudar ou a participar em algum programa.

Agora não lhe apetecia nada. Na realidade, tinha perdido a capacidade de sentir prazer. Apercebia-se também que, perante problemas dos amigos, ele “não sentia” a dor deles. Não se reconhecia; não parecia ele. “É assustador! Olho para mim e vejo um estranho.” disse, na nossa primeira sessão.