A sensação de que um tempo de vida chegou ao fim. Para alguns, uma vida de muitos anos em conjunto; outros, ainda mal começaram e já não conseguem mais viver juntos. Para algumas pessoas, o alívio, o finalmente conseguirem libertar-se de uma situação insustentável; para outros, a angústia de verem acabar uma relação que tanto queriam manter, ou mesmo a incredulidade de um fim que nunca esperariam.
Planear, apesar das emoções
É talvez um dos tempos em que as pessoas têm mais dificuldade de gerir as suas emoções, em que se sentem dilacerados. Podes sentir-te totalmente incapaz seja do que for. São demasiados detalhes, demasiadas implicações, toda a tua vida saiu dos carris e não sabes como a colocar de volta no caminho… talvez nem saibas qual caminho.
É normal passar por tempos de angústia, depressão; ou ficar numa ansiedade extrema acerca de como lidar com tudo isso, como conseguir sobreviver. Mas também é normal ir para o extremo oposto, decidir “viver a vida”, ficar livre de compromissos e obrigações.
Seja qual for a tua tendência, e apesar do cocktail de hormonas e emoções que se chocam dentro de ti, este também é um tempo em que é fundamental planeares, não só para que todo o processo corra com o mínimo de “custos” possível, mas também para gerires os aspetos ligados ao que vai acontecer no teu/vosso futuro, especialmente se houver filhos.
Amigável vs litigioso
É frequente apenas um querer o divórcio. Mas não funciona tentares manter o teu casamento à força. Isso só vai aumentar o desgaste e dificultar o processo e o futuro para todos. O objetivo do divórcio não deve ser magoar ou destruir o outro; apenas separarem-se. E não tens de esperar que o teu marido/esposa tenha atitudes éticas, para tu também as teres. Podes agir de forma correta, mesmo que o outro não o faça.
Reduzir o conflito, traz benefícios também para ti
A justiça, é algo muito forte na nossa mente. E quando te sentes injustiçado, podes sentir que para te mostrares forte, tens de dar luta, tens de impedir o que é errado. No entanto, facilitares o processo não é mostrares-te fraco nem aceitares a derrota. Bem pelo contrário, precisas de muito mais força interior e caráter, para te mostrares disposto/a a ter uma atitude correta.
Manteres a comunicação aberta e respeitosa, dentro do possível, vai ajudar a reduzir o conflito ou, pelo menos, não o vais facilitar. Não tentes dificultar ou magoar o outro, mesmo que penses que tens razões para isso. Procura tornar o processo de separação o menos doloroso possível, também para os outros.
Aspetos legais
O divórcio é um processo legal que, por incrível que pareça, te pode trazer ainda mais sofrimento do que a separação. Neste tempo em que talvez sintas que a tua mente não está a funcionar em condições, é fundamental teres um papel ativo e atento no que está a acontecer a nível legal.
Procura ter um bom advogado em quem possas confiar, de preferência com referências de alguém que conheças. Certifica-te de que te envia as cópias dos documentos que ele redigir e os comprovativos, de entrada do processo em tribunal ou outros. No fundo, mantém-te ativo e certifica-te que está a acontecer o que é suposto. Assim, podes evitar “mal-entendidos” que frequentemente se tornam mais um problema.
Sobrevive!
Por mais doloroso ou demorado que este processo seja, um dia vai chegar ao fim. Durante este tempo, não te deixes ficar no buraco, não fiques no modo de “quando… então” – do tipo “quando tudo isto acabar, então vou cuidar de mim”. A demora pode ser muito longa e cria muito desgaste.
Em vez disso, procura manter em funcionamento os outros aspetos da tua vida, o teu bem-estar e saúde, os teus relacionamentos com família e amigos, etc.
Se estás num processo de divórcio (ou quase a entrar num, ou saíste de um), podemos ajudar-te a gerir melhor esse processo, a curar as feridas e criar o teu próximo percurso de vida. Contacta-nos.