Quando há filhos, todo este processo é muito mais delicado. E é bastante comum, junto com o desejo de os proteger, surgir também o impulso, mesmo que inconsciente, de os usar como arma.
O divórcio é difícil também para os filhos
Mesmo que ainda sejam muito pequenos, o divórcio sempre tem custos para as crianças. É muito comum os filhos desenvolverem sentimentos de culpa, sentirem-se responsáveis pelo divórcio dos pais, desenvolverem comportamentos negativos, regressões, sintomas de que não estão bem.
Por outro lado, manteres o casamento, num ambiente de conflitos e guerras constantes, vai aumentar a instabilidade e senso de insegurança da criança e criar na mente deles uma visão distorcida do casamento.
É necessário investires no bem-estar dos teus filhos
- Mostra-lhes, diz-lhes, que eles são amados por ambos. O facto de vocês estarem a divorciar-se, não significa que tenham deixado de os amar. Isto não é óbvio para eles. Muitos filhos não se sentem amados pelos pais.
- Deixa claro que o divórcio não tem nada a ver com eles.
- Não lhes digas mal do outro (pai ou mãe)!
O teu investimento deve ser em fortaleceres o teu relacionamento com eles e não em prejudicares a relação que eles têm com o outro (pai ou mãe). Ao fazeres isso, vai aumentar a sua segurança e estabilidade e melhorar a vossa relação
- Mas, investir na vossa relação, não é dar-lhes ou fazer-lhes tudo o que querem.
Situações de risco
Em muitos divórcios, há situações de risco, como violência doméstica (mesmo que “só” psicológica), vícios (álcool ou drogas), padrões de comportamento ilegais, etc.
O processo no tribunal é muito demorado. E em violência doméstica, por exemplo, é preciso haver situações visíveis bastante graves, para que o tribunal as tenha em consideração e pense em forma de proteção das crianças. Então, deves ser tu a pensar e planear a segurança dos teus filhos. Não fiques à espera que outros o façam. Isso pode não acontecer.
Se pensas que os teus filhos podem correr algum risco com o pai / mãe, não tentes lidar com isso à força. Quanto maior for o risco, mais cuidadosa deve ser a tua abordagem. Pensa e planeia o que fazer, com a cabeça fria. Procura não ter atitudes que possam agravar a situação.
Uma das principais áreas de trabalho da LisboaCounselling, são relações graves ou de risco. Se pensas que tu ou os teus filhos podem estar em perigo, contacta-nos. Iremos ajudar-te a desenvolver competências que vão fazer toda a diferença nesse processo e evitar possíveis situações mais dramáticas.
Gerir a família alargada, vai reduzir o teu desgaste
É normal, num momento de crise, as outras pessoas quererem ajudar, mesmo que nunca tenham feito nada nesse sentido antes de ouvirem falar em divórcio. A pressão da família e amigos, pode ser ainda maior do que a gerada dentro do próprio casamento que se está a desfazer.
- A decisão é tua!
Não permitas que te forcem a fazer escolhas ou tomar decisões debaixo de pressão.
- Assume as tuas responsabilidades.
Toma parte ativa nas decisões. Não abras mão de aspetos que são responsabilidade tua.
Mas faz isso sem criar conflito e atrito.
- Emoções vs decisões
Neste processo, as emoções ficam muito intensas, mas não deves decidir com base nelas. Não deixes que a pressão emocional te leve a negligenciar aspetos que deviam ser pensados e planeados.
- Como podem ajudar?
Se a tua família quer apoiar-te, tenta que eles ajudem em aspetos práticos que estiveres a precisar.
Mesmo quando estás a viver uma grande luta exterior a ti, a forma como geres cada aspeto, vai fazer toda a diferença tanto no teu bem-estar como no resultado final do processo.
Na LisboaCounselling, podes encontrar o apoio que necessitares, num ambiente de empatia e sigilo.
No próximo artigo desta série, vou falar de alguns aspetos do apoio que podes ter connosco.