Implica aceitares voltar a ter uma vida de novo.
A legitimidade da dor é uma armadilha. Perante algo tão grave que te fizeram, sentes que não podes esquecer, que isso até estaria errado, que essa pessoa merece que continues a sofrer. O problema aqui, é que o teu sofrimento não é castigo para ele. Mesmo que fosse, seria um castigo com um custo demasiado alto para ti.
E mais, se o outro quis maltratar-te, se o que ele fez foi intencional, então o que ele/a quer é precisamente que continues a sofrer com isso, que continues a viver uma vida amargurada. Queres dar-lhe esse prazer?
Assume o poder!
No teu “trauma”, o poder de te maltratar continua nas mãos do teu malfeitor. Na prática, estás à sua mercê; ele continua a roubar-te a alegria e o bem-estar.
No perdão, tu tomas esse poder nas tuas mãos. És tu quem decide se vais continuar a pagar o preço ou não. E este poder alarga-se não só sobre o que aconteceu, mas também sobre o que vai acontecer — quando perdoas, libertas-te desse fardo, ficas mais leve e podes tornar-te muito mais eficaz em não permitir que se repita.
Perdão, não implica falar com o outro
Por vezes, não há condições para falares deste tema com quem te ofendeu, por exemplo se for uma pessoa muito agressiva ou se achas que ele/a pode aproveitar-se da tua aparente fraqueza e vir a fazer pior.
Para perdoares, não precisas que alguém saiba ou que aceite o teu perdão. É algo que podes fazer, independentemente do querer e do agir de outros.
Perdão, não é permissividade
Muitas pessoas continuam a suportar atitudes que sabem estar muito erradas. Algumas fazem-no para tentarem manter essa relação, porque não querem quebrar a família, porque não querem que os filhos passem pelo trauma do divórcio dos pais. Algumas pessoas permitem atitudes muito erradas no trabalho, porque acreditam que têm de aguentar, que não podem perder aquele emprego. Mas enquanto permites, está a pactuar com uma situação de abuso.
Perdão e limites
“Eu não posso perdoar, senão ele vai voltar a fazer o mesmo.” Este é um desabafo que eu oiço com frequência, que talvez sejam também as tuas próprias palavras.
Seja qual for a tua história de vida, se há algo que precisas de perdoar e continua a repetir-se, és tu quem precisa também de desenvolver a capacidade de definir limites e de aprender competências para não permitires. Talvez penses que na tua situação, isso não é possível, que há demasiado em jogo, que podes aumentar o risco de pior abuso para ti ou para outros.
Na LisboaCounselling podes encontrar apoio numa abordagem de baixo risco, podes aprender a implementar limites, passo a passo, sem piorar a relação nem te colocares numa posição de maior vulnerabilidade. Pelo contrário, vais aprender a identificar riscos e a geri-los ou evitá-los, enquanto constróis uma vida com mais qualidade.
Se desejas entender como podes mudar a tua vida, seja para perdoares e saíres da dor, seja para não continuares a permitir atitudes erradas, contacta-nos.
Mena Santos Galvão