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Quando há perdão, isso significa que a dívida foi cancelada, que o assunto foi resolvido. O passo seguinte deve ser a reconciliação, a não ser que isso não seja possível.

Tipos de perdão

  • Quando a outra pessoa se arrependeu, o perdão deve ser dado e o relacionamento restaurado.
  • O outro pode não estar arrependido, nem saber que lhe perdoaste. Podes até já nem falar com ele/a. Mesmo neste caso, é importante perdoares, para te libertares do mal que ele te fez, do trauma, e refazer a tua vida de novo. Não precisas de lhe dizer isso.
  • O outro continua a repetir as atitudes de abuso. Precisas de perdoar, mas também de desenvolver a capacidade de não permitir a continuação do abuso. Muitas destas situações, como violência doméstica e bullying, são de risco. Nos artigos do nosso site, encontras muita informação acerca de como lidar com este tema em https://lisboacounselling.com/index/

Seja qual for a tua situação, tu és livre de perdoar, independentemente das intenções ou atitudes de quem te maltratou. Não tens de ficar emocionalmente amarrado a ele para sempre.

Perdão não é permissividade

Perdoar não tem nada a ver com permitir. Precisas de cancelar a mágoa do mal que te fizeram, mas não deves permitir a continuação de futuros maus-tratos.

Qualquer relação saudável precisa de ter limites. A maioria desses limites são inconscientes, definidos pela nossa própria cultura. Mas com pessoas que não os respeitam, é necessário defini-los e implementá-los de forma mais clara. Se gostarias de ter ajuda para perceberes quais os limites ou como os podes implementar na(s) tua(s) relação, contacta-nos.

Com o perdão, abres mão do ressentimento

Na nossa cultura, parece um pouco absurdo ou hipócrita ficar logo a sorrir e a agir como se nada se tivesse passado. O natural é ficar uns tempos com “má cara” (isto é muito comum na relação pais e filhos).

Mas o perdão “limpa a ficha” do que aconteceu, permitindo-te começar de novo. Isso significa um compromisso de não continuar a atirar à cara, de não trazer o assunto de cada vez que há outro conflito ou discussão.

Quando houve perdão, já não há ressentimento. Se a mágoa, a dor, as memórias continuam vivas, significa que ainda precisas de lidar com isso. Percebe que são dois temas diferentes e que não dependem um do outro. Quem te maltratou, precisa de não o voltar a fazer; mas tu, precisas de ultrapassar a tua mágoa, seja qual for a postura do outro. Senão, estás a permitir que ele/a continue a ser dono do teu bem-estar e a roubar-to.

Consequências

Em alguns casos, faz sentido haver consequências. Por exemplo, se alguém te roubou, devem planear forma de te devolver ou repor o que foi furtado. Mas isso não afeta o perdão. Quando perdoas, a vossa comunicação e relacionamento devem voltar a ficar bem (dentro do que for sensato e possível), mesmo enquanto o outro ainda está a repor.

Se houve uma quebra de confiança grave, será sensato definir limites mais apertados durante um tempo, para evitar que se repita. Esses limites podem mais tarde ir sendo alargados, à medida que a pessoa mostra que já podes confiar mais nela. Mas não deves, nunca, ficar a atirar à cara o que se passou e já foi perdoado.

Podes perdoar, mas mesmo assim afastar-te

Algumas pessoas são muito destrutivas e não mostram qualquer abertura para mudar. Se depois de teres trabalhado para mudares a relação, as atitudes de abuso continuarem, será melhor afastares-te. Este afastamento pode ter várias formas, desde afastares-te mesmo da pessoa (para impedires mais abusos) até, no caso de um familiar próximo, manteres o relacionamento, mas não lhe permitires entrar em determinadas áreas ou temas.

Faz sentido afastares-te para te protegeres, para protegeres outros, para não seres cúmplice de atitudes de abuso.

Mas mesmo com uma pessoa muito má, precisas de perdoar para te libertares dele. Aqui, o perdão é ainda mais necessário. É o que vai permitir-te voltar a ter uma vida e não ficares na amargura e azedume para sempre.

O que fazer quando o outro atira à cara?

Talvez sejas tu quem está a ouvir acusações constantes do outro, seja por algo de errado que fizeste ou não. Percebe que não tens de ficar a ouvir essas acusações. Tenta falar no “eu” em vez de no “tu”. Ou seja, em vez de dizeres “tu não podes acusar-me”, diz algo como “eu não vou ouvir isso”.

Este é um tipo de estratégia que resulta mas, ao ser mais assertiva, precisa de ser planeada com cuidado. Se o disseres, deve ser sem emoção, apenas para o informares e não para descarregares a tua raiva em cima dele. O objetivo é deixares de ser acusado, e não provocar ou ofender o outro, agravando o problema.

A amargura, o trauma, rouba a tua capacidade de viver. Podes continuar escravo dessa amargura, ou libertar-te do poder destrutivo daquele que te maltratou.

A escolha é tua!