O que gostarias de mudar? O que te impede?
Provavelmente já tentaste mudar algo em ti ou na tua vida, mas continuas a repetir (ou a permitir) os mesmos velhos padrões. Sabes o que precisas de mudar, tens vontade, tomas a decisão de o fazer, dás alguns passos nesse sentido, mas a mudança desejada acaba por se perder pelo caminho.
Porque é tão difícil mudar?
No fundo de ti mesmo, podes não querer realmente mudar. No entanto, o maior problema não é esse. Muitas pessoas desejam e tentam mas parecem não conseguir nada. Isso acontece porque a motivação e a força de vontade, por maiores que sejam, não são suficientes para criar mudança que permaneça.
“Programas” mentais
O nosso cérebro funciona por padrões, hábitos, a que podemos chamar programas. Em cada situação, esse programa é ativado e começa a desenrolar, gerando sempre as mesmas respostas, mesmo que haja uma intenção de fazer diferente.
Por exemplo, decides levantar a horas mas, quando o alarme toca, volta a acontecer o mesmo – desligas, ele toca de novo, voltas a desligar, até que já estás em cima da hora, tens de te arranjar à pressa, vais super acelerado o caminho todo e chegas ao trabalho já cansado e com a paciência muito curta.
Decides não te irritar, mas na primeira situação, já estás a irritar-te outra vez, a ter as mesmas atitudes ou a dizer palavras que depois já não podes retirar.
Decides ser mais assertivo, não deixar que te enrolem, mas voltas a aceitar fazer o que não queres nem tens de fazer.
O mesmo acontece em muitas outras áreas, como o padrão de pensamento (continuas a matutar no que não queres), as emoções (segues a mesma tendência, seja para ansiedade, stress, medos, seja para angústia e depressão).
Mas então, não há esperança de mudança?
Sim, a mudança é possível, mas tem de haver algo que a provoque. A pessoa pode ser forçada a mudar, por exemplo no caso de um acidente ou doença (como a diabetes) em que a pessoa tem de mudar radicalmente os seus hábitos. Ou então, quando há uma decisão intencional, em que a mudança é planeada e implementada passo a passo.
Criar o novo programa e desativar o velho
Não adianta lutar contra o velho hábito que queres mudar. Isso só vai fortalecê-lo e tornar mais difícil a mudança. Por exemplo, se queres deixar de estar preocupado, tentares mandar embora esses pensamentos, vai fazer com que eles fiquem mais agarrados na tua mente e seja mais difícil libertares-te deles.
Apesar de normalmente o foco ser em deixar o hábito negativo, precisas de pensar o novo programa que vai substituir esse. Não funciona parares de fazer (o que for que estejas a tentar) e deixares esse espaço vazio no cérebro; ele irá voltar rapidamente para o velho hábito. Em vez de focares no não (o que não queres), precisas de planear o sim (o que queres passar a fazer, em vez do velho hábito).
Na prática, como é que isso funciona? Por exemplo, se tendes a ficar acelerado e stressado em alguma situação, podes usar ferramentas que te ajudem a desacelerar, como fazer algumas respirações mais lentas, que irão rapidamente baixar o ritmo cardíaco e facilitar a desaceleração.
O velho programa vai sendo desativado, naturalmente, à medida que, de forma intencional, escolhes não o usar. E o novo hábito vai sendo consolidado e automatizado como um novo padrão.
Hábitos mentais
Os nossos padrões funcionam como trilhos, em que os impulsos nervosos seguem um determinado percurso. Ao perceberes como o nosso cérebro funciona e dirige tudo o que se passa connosco, podes criar hábitos mentais mais positivos e saudáveis, implementando-os de forma sustentável; e ao mesmo tempo, desativar os hábitos e padrões que não gostas ou que te prejudicam.
Se gostarias de entender como podes mudar hábitos que te incomodam, contacta-nos.