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Um problema ainda não foi resolvido porque ainda não se usou nenhuma estratégia eficaz para isso. Não significa que ela não exista.

 

Não quero parecer orgulhosa nem arrogante, mas choca-me a facilidade com que se passa um diagnóstico com a palavra “crónico” ou se diz a uma pessoa que o problema que ela tem é para o resto da vida, principalmente quando é um problema mental ou emocional. Como assim?! A pessoa está incapacitada de ultrapassar as suas emoções? A sua depressão, por exemplo?

 

Doenças “crónicas”

Um dos exemplos, é a depressão crónica. Muitas pessoas vivem com esse diagnóstico e têm como único objetivo ir gerindo medicações, experimentando novos especialistas e novos medicamentos na tentativa de irem tendo algum alívio (uma vez que a “cura” é impossível, supostamente). Pessoas que vivem amarradas a esse diagnóstico, “desqualificadas” para serem felizes.

Tratar uma depressão profunda é terrível, é uma luta intensa, tanto da minha parte como do cliente; é passarmos meses a avançar passo a passo; é vermos recuos e recaídas às vezes muito fortes; é lidarmos com as fases em que o cliente está outra vez a não acreditar que seja possível; é termos fases muito boas e trabalharmos ferramentas para mantermos essas vitórias. É uma gestão de picos hormonais e emocionais, de altos e baixos, que vão sendo cada vez menos descontrolados. É vermos um cliente chegar ao fim dessa luta, consciente de que emoções negativas irão de vez em quando bater à sua porta, mas já autónomo e capaz de as gerir e de sair delas. Sair de uma depressão crónica é trabalho duro, mas é possível.

 

Despersonalização

Esta é outra das doenças “crónicas” que me surgem cada vez com mais frequência na população mais jovem. Estes jovens aparecem-me por vezes já com um ou dois anos de evolução da doença, com crises muito frequentes apesar da medicação psiquiátrica pesada e com indicação de que terão que a tomar para o resto da vida. Sem dúvida que é uma disfunção grave e que se não for tratada pode evoluir para quadros mais graves. Mas é um problema ultrapassável. Também aqui, em counselling o cliente é treinado a desenvolver as ferramentas para o ultrapassar.

Pela minha experiência, as “sequelas” ou tendência para futuros episódios (que o cliente já saberá desativar) dependem mais do tempo de evolução, do tempo que o jovem já passou em exames, medicação, etc, do que da intensidade do primeiro episódio. Também é comum haver jovens que, muitas vezes na sequência de consumo de alguma substância, mesmo leve, têm sintomas de dissociação da personalidade, de não terem a certeza do que é realidade ou não, de sentirem que estão como que fora do corpo e a observar-se de fora, de uma profunda sensação de “estranho”, e desvalorizarem esses sintomas, acharem que é por causa do que consumiram. Com o avançar do tempo e a repetição e agravamento desses episódios, a partir do nada e mesmo sem qualquer consumo, é que eles acabam por falar disso aos pais ou procurar ajuda.

Eu já tenho sido contactada por jovens no próprio dia em que têm o primeiro episódio, por estarem com um colega ou amigo que já se tratou comigo e que já conhece os sintomas e o que fazer.

Se queres mais informações acerca deste tema, podes ler a série de artigos em

https://lisboacounselling.com/2020/12/01/1-despersonalizacao-o-que-e/ e seguintes.

 

Como o counselling lida com isso?

Em situações mais complexas, não começamos por investir no problema central como um bloco – ele é demasiado grande, difícil, os “custos” de impacto emocional muito altos, riscos que podem aumentar. Antes, começamos a resolver áreas menos graves do problema, aspetos periféricos, onde é mais fácil alcançarmos resultados e começarmos a ganhar terreno em curto tempo (ao mesmo tempo que trabalhamos possíveis riscos, crises e como as gerir).

E qual a utilidade desse tipo de abordagem?

  • O problema vai ficando menor, menos bloqueado; deixa de ser visto como uma coisa única, um alvo único. Ao começarmos a resolver “fatias” dele, ele vai perdendo a força.
  • O cliente vai começando a perceber que está a ficar diferente, vai constatando as pequenas vitórias que vai alcançando, começa a perceber e acreditar que é possível criar mudança na sua situação. Isso é fundamental para desenvolvermos a sua motivação e perseverança. Num percurso de mudança, por vezes bastante difícil, é esse constatar de “território conquistado” que dá ao cliente a força e vontade para dar os passos seguintes.
  • O cliente vai-se fortalecendo em várias áreas, aumentando a sua resiliência. Mas vai também desenvolvendo skills, novas competências e ficando mais habilidoso na gestão dos aspetos práticos do seu problema. Aquilo que ele via como problemas, começa a ver como desafios a ultrapassar.

Então, com este tipo de abordagem mais “de fora para dentro”, vamos tendo um problema menos grave, menos complexo e, ao mesmo tempo, um cliente mais habilidoso para colocar em prática estratégias mais difíceis e mexer em áreas mais delicadas ou profundas.

Na prática, muitos diagnósticos que chegam até mim como sendo incuráveis, acabam por ser completamente ultrapassados. Apenas porque num problema muito grave, não é eficaz ter uma forma de resolução única e pré-definida. Precisamos de ir analisando passo a passo, reajustando estratégias, criando outras, percebendo o que está a funcionar ou não.

 

Doenças graves ou incuráveis

Muitas pessoas têm doenças muito graves ou que são, realmente, incuráveis. Será que o counselling tem um papel também nessas situações?

Estas podem ser doenças com dor grave ou crónica, como cancro, fibromialgia, lupus, osteoartroses; podem ser doenças degenerativas, em que a situação da pessoa continua a degradar-se.

Nestes casos, mais uma vez, vamos tentar desmontar o problema; não olhar apenas para o diagnóstico, para o quadro clínico como um todo, mas começar a perceber as várias áreas de impacto, as que estão mais difíceis, aquelas onde podemos começar a criar alívio, e ajudar o nosso cliente a alcançar mudança nessas áreas. Alguns dos alvos / temas que trabalhamos nestes casos:

  • Reduzir o impacto prático e funcional da doença, reduzindo os sintomas. Uma área em que tenho trabalhado bastante, mesmo em workshops para pequenos grupos (Programas MentePlena), é na redução da percepção da dor física.
  • Restauração das forças físicas, mentais e emocionais de pessoas muitas vezes já bastante desgastadas.
  • Perceber como podem ajudar o corpo a colaborar na cura, por exemplo em caso de cancro, em vez de se manterem num estado interior que torna a recuperação muito mais difícil e improvável.
  • Identificar, desenvolver e colocar a uso os recursos que ainda tem, em vez de ficar bloqueado nos que já perdeu. Isto faz toda a diferença na sua capacidade de viver, em vez de estar passivamente a assistir à sua própria deterioração.
  • Desenvolver um máximo possível de qualidade de vida que, normalmente, é muito mais do que a pessoa esperaria.
  • Desenvolver a capacidade de usufruir plenamente da vida, com o que tem, a capacidade de ser feliz.

 

O alvo de counselling é sempre, com uma mente muito aberta e elástica, conseguir no nosso cliente o máximo que nos for possível, seja a cura, a resolução de um problema grave ou a capacidade de estar bem e de fazer a diferença na sua vida e na de outros.

 

O que gostarias de mudar? Que problemas desejas ultrapassar? Ou que alvos alcançar?

Counselling existe para te ajudar a mudar a tua vida!

Não desistas de ti, só porque achas que a tua situação é “impossível”.

Contacta-nos e vem começar a construir um novo percurso!